Em todos os caminhos, a maior medicina é o riso, desopila, tira o stress e faz a gente se dar conta de não levar-se tão a sério. Levar-se a sério em demasia nos torna cegos para situações que poderiam ser encaradas de forma bem mais simples e fluida.
“Ó Heyokah!
Faça-me rir para que eu volte a ser humano.
Permita-me ver o meu caminho torto.
Ó Heyokah!
Como é que você pode ser assim – do contra,
e me fazer aprender tanta coisa?”
Conforme os Sioux, chamam de Heyokah, ou os Hopi e Pueblos, o chamam de Koshari, um xamã que lida com a energia primordial criadora, que chamam de Espírito do Trovão. Nas tribos, o Heyokah era uma pessoa que se fantasiava em festas para brincar com a comunidade e com sua astúcia e graça impulsionavam o processo de cura.
Se o Heyokah é um palhaço, ou apresenta-se nessa forma, pode ser também uma energia poderosa de cura que está além do palpável. Jamie Sams comenta: “Heyokah é um palhaço, diferente dos outros, possui grande sabedoria e leva seus ensinamentos através do riso e dos contrários. Este trickster sagrado faz com que você pense por você mesmo e chegue as suas próprias conclusões, levando-o a questionar se aquilo que os outros dizem ou fazem é verdadeiramente correto. No momento em que as pessoas são levadas a pensar por conta própria, começam a colocar à prova as suas próprias crenças; aquelas crenças vacilantes, que pertencem ao passado e se apoiam em muletas, passam a ser testadas. Se as muletas não derem o apoio necessário e as pessoas caírem, terão aprendido mais uma lição de vida. Porém, se elas pararem para pensar, testarem algum ensinamento através da própria experiência e sentirem que este ensinamento é verdadeiro, a crença vacilante transforma-se num sistema de conhecimento que poderá acompanhá-la pelo resto da vida”.
É sim um caminho que podemos percorrer nós mesmos, uma energia que pode ser acessada por cada um de nós. Essa energia nos ensina através da brincadeira e dos opostos a rirmos de nós mesmos e a lidar com as adversidades da vida de uma forma mais leve, porque a alegria, o riso, a brincadeira quebram o medo e a estagnação, logo trazem a cura.
Em várias tradições vamos encontrar essa energia, com os mais diversos nomes, Hermes, Loki, Exu, Pomba-Gira… Enfim, eles estão aí muito presentes, e podem se chamar João, Maria, José… adoráveis trapaceiros da sisudez humana, são mestres que estão no caminho, na sua simplicidade e singeleza, estendendo a mão com um sorriso nos lábios, convidando-nos a brincar.
Menkaiká