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Cerimônias Plantas de Poder

A Cura Xamânica da Depressão

Em maio de 2004, uma amigo da cidade de Pirmasens, na Alemanha, comunicava-me que eu poderia me dirigir à chamada <www.kompetenznetz-depression.de > (Rede de competências da Alemanha para Depressões), que representa uma iniciativa amparada pela União Européia (UE) para sensibilizar a nível de internet o público e as pessoas afetadas por enfermidades depressivas. Pois, eu havia empreendido uma iniciativa pessoal no começo do mês para divulgar entre amigos e conhecidos da Europa a informação sobre a cura xamânica da denominada “depressão edógena”. Naturalmente, estava muito grato por haver recebido esta indicação, porque com ela poderia dirigir-me agora a uma plataforma de intercâmbio de informação já pré-existente, cuja existência não sabia antes.

Já se sabe que a depressão, denominada “endógena” pela medicina formal, é uma doença da alma, do ânimo, caracterizada por semelhantes estados de esgotamento psicoenergético, angústias e desespero que as pessoas afetadas preferem, com alarmante freqüência, o suicídio à mudança de seu martírio existencial. A depressão é a doença com a maior incidência de suicídios a nível mundial (!) e, em vista da cura xamânica relativamente fácil da depressão, era um desejo genuíno colocar em circulação esta informação, já que em meus rituais xamânicos os pacientes depressivos se curam definitivamente, no máximo em três semanas.

1. Para dizer a verdade, minha esposa e eu participamos deste ritual noturno com o San Pedro*, realizado nos arredores de Quito / Equador, somente como xamãs convidados. Hilario Chiriap, um jovem xamã do povo dos Shuaras, que conduzia este ritual, me honrava ao convidar espontaneamente para dirigir a cerimônia com ele.

A ingestão da medicina do San Pedro nos submergia no estado do “Êxtase Xamânico de Consciência”. Havíamos passado algumas horas nesta noite com orações, cânticos mântricos e xamânicos de cura e invocação, quando uma jovem participante de nome Paola, de aproximadamente 23 anos, começou a chorar deploravelmente e a chamar sua mãe com todo seu corpo sacudido por contínuos soluços comovedores: “Mãe, mãe, mãe…!”. Este estado da mulher, realmente digno de lástima, se intensificava em momentos de tal maneira que todos os demais começavam a se preocupar seriamente, particularmente quando esta situação já estava acontecendo por mais de três horas; e nem as intervenções de Hilario e nem a dos demais participantes, na sua maioria também familiarizados com a Medicina Xamânica, conseguiram proporcionar uma ajuda real e efetiva à paciente nesta passagem tão dramática de seu desgarrado estado anímico. De repente, eu “sabia”, “via”, o que havia acontecido na vida passada desta garota e, sem pensar muito, precedi perguntando-lhe: “Sabes, no fundo, porque estás chamando tão desesperadamente tua mãe?. Ela não respondeu. “Porque quis te abortar!”

Depois passei para o outro lado, onde ela estava, e enquanto lhe falava tranquilamente que teria que aprender agora a perdoar sua mãe, lhe dava três sopradas de fumo consagrado com a Pipa de Medicina, sobre suas mãos unidas em oração, sobre sua coroa, suas costas e seu peito. “Tu, nestes momentos, estás convivendo com tua mãe, a que hoje é tua melhor amiga, na mesma casa e não podes conhecer as circunstâncias desesperadas nas quais ela se encontrava, quando estava grávida de ti. Qual de nós não teria que ser perdoado por algo?” … Depois de cinco minutos, Paola estava tranquila e centrada. De manhã se separou um pouco do grupo, sentada com o corpo dobrado para a frente e os braços cruzados sobre as panturrilhas, em cima de um cume alto nas cercanias, e estava, obviamente, submergindo de uma profunda meditação.

2. Este Ritual de San Pedro ocorreu em nosso próprio local de rituais em Tumbaco, perto de Quito, e se encontrava sob minha direção pessoal. Mônica, uma mulher de aproximadamente quarenta anos, estava sentada a minha direita, e no mais estavam presentes cerca de oito homens e mulheres jovens. Havendo passado algumas horas, sentia que devia ajudá-la porque estava muito nauseabunda; e me parecia que estas náuseas não iam diminuir apesar dela haver vomitado várias vezes. Chamava-me a atenção também que ela estava sentada com as pernas encolhidas no ventre, em posição encurvada, como um embrião.

Quando lhe soprava um extrato alcoólico de uma mistura de ervas aromáticas sobre suas mãos dobradas em forma de oração, rompeu imediatamente em semelhantes soluços, gemidos e choros que senti-me comovido a sentar junto a ela para poder tranquilizar com meu abraço. Transcorrida mais ou menos meia hora, sossegava finalmente e balbuciava, todavia soluçando, que quando sua mãe estava grávida dela, havia morrido outra criança.

Mônica sabia, naturalmente, da morte trágica de seu irmãozinho porque haviam relatado a ela, mas só através desta experiência ritual pode recordar-se também da memória celular e reticular de seu corpo, a tristeza abismal à qual foi submetida no ventre de sua mãe por alguns meses durante a gravidez e à que foi, todavia, instigada ainda depois de seu nascimento com o leite materno. Apesar de todas as ajudas psiquiátricas, Mônica havia sofrido de depressões graves durante muitos anos, sem poder imaginar quais as causas de sua depressão. Contudo, neste caso foi preciso somente de uma cerimônia xamânica para curá-la.

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Com estes dois exemplos casuísticos, não quero insinuar de nenhuma maneira que a intenção materna de abortar o feto ou a morte de uma criança durante a gravidez, pois circunstâncias desta particular natureza representariam as únicas causas imagináveis para a manifestação de uma depressão na vida posterior do referido feto.

Se não se pode compreender que estas duas mulheres foram libertadas definitivamente de suas depressões com estas experiências rituais, é porque simplesmente não se quer compreender. Mas para homens que pensam, deveria ser de fácil compreensão que semelhante CURA definitiva não pode produzir-se nem com pílulas anti-depressivas, nem com choques elétricos, classicamente aplicados nas clínicas psiquiátricas (e muito menos com a implantação futurista de algum tipo de chip(!)) porque, no melhor (?) dos casos estas medidas seriam somente sintomáticas, utilizadas exclusivamente para encobrir e camuflar os sintomas da depressão – muito parecido ao alívio da dor com remédios analgésicos, os que definitivamente não podem eliminar sua causa.

Disse “no melhor (?) dos casos”, porque consta como um feito incontestável que as autoridades médicas dos EUA (o FDA – Food & Drug Administration) puseram os anti-depressivos no banco dos réus: se reconheceu que estão relacionados a um maior risco de suicídio entre os jovens, e os especialistas fazem fortes advertências a médicos e pacientes. Estes estudos mostraram que um jovem que ingere os anti-depressivos investigados (“Prozac” e “Zoloft”, entre outros) tem duas vezes mais risco de ter pensamentos suicidas que outro a quem se administra placebos.

Mas estes tão nefastos efeitos “colaterais” à parte, a medicação de remédios antidepressivos leva os mecanismos patógenos do fundo da depressão, todavia, mais para debaixo dos panos, quer dizer, até o subconsciente, o que não permite sequer que os pacientes cheguem a entender sua enfermidade e descobrir suas possíveis causas, para logo poder aprender como superá-las. Para isto são indispensáveis as “Plantas Sagradas de Poder” do Xamanismo Ameríndio, porque opostas à estratégia encobridora do tratamento alopático da medicina formal, facilitam a liberação psicocatalítica** do material patógeno contido nas estruturas do nosso subconsciente. Claro que estas medicinas xamânicas podem ser empregadas somente sob a direção de um xamã experiente.

Vista aos 80 milhões de abortos anuais a nível mundial é mais do que provável que algumas pessoas entre vocês estejam sofrendo por uma razão parecida de depressões, porque a depressão tem como base uma séria deficiência de vitalidade, a que pode acarretar estados cruéis de esgotamento psicoenergético. Na casuística apresentada acima, se faz visível, como pode se formar “endogenamente” uma deficiência semelhante de vitalidade. Para compreender isto, não se necessita, todavia, de alguma formação universitária com a medicina formal, mas sim um são sentido comum. Suponho que sua mãe, por razões compreensíveis, pode ter lhe ocultado eventualmente uma crise semelhante de consciência, que poderia ter existido durante sua gestação, o que, hoje em dia, nem sequer poderia comunicá-la. Para poder liberar o esquema energético sutil (a memória celular e reticular) do corpo de semelhantes energias negativas, destrutivas e carregá-lo (“vitaminá-lo”) com forças vitais naturais, se necessita, contudo, de instrumentos muito mais profundos e eficientes que aqueles que dispões a psicoterapia convencional, a saber: o emprego xamanicamente administrado das chamadas “Plantas Sagradas de Poder” do Xamanismo Ameríndio.

Sua notória incriminação como “drogas” pela OMS (Organização Mundial de Saúde) não é somente antiquada, porque tem sido insustentável à luz da sabedoria ancestral do Xamanismo, como é completamente absurda e verdadeiramente grotesca, porque – entre outras coisas – as “Plantas Sagradas de Poder” também são sumamente aptas para curar a mesma drogadicção, sendo esta igualmente incurável pela medicina formal.

Porque, para dizer a verdade, deveriam ser proibidas as medicinas psicocatalíticas ou xamânicas, as que não produzem nenhuma dependência e são caracterizadas por uma potência curativa inexequível para a medicina formal, se são utilizadas expertamente por um xamã experimentado; quando semelhantes venenos, gravemente aditivos, como o ópio ou a morfina podem ser usados legalmente em nossas clínicas? Por acaso, somente porque os doutores não sabem manejar as medicinas xamânicas? No interesse pela saúde de toda a humanidade, a investigação dos efeitos curativos destas medicinas psicocatalíticas – mas agora sob uma orientação competente, xamânica! – tem chegado a ser uma exigência incondicional de nosso tempo, que não deveria mais ser adiada daqui por diante.

Venezuela, Mérida, 20 de Outubro de 2004.

*SAN PEDRO – denominação botânica: Trichocereus Pachanoi(Echinopsis Pachanoi), um cacto dos Andes, cujo agente medicinal é o alcalóide Mezcalina.

**PSICOCATALÍTICO – termo que se refere à ação catalítica das medicinas xamânicas sobre a consciência e o subconsciente, porque, devido à ela o material depositado no nosso subconsciente se faz compreensível à percepção lúcida da consciência.

[Tradução para o português:  Menkaiká – www.terramistica.com.br em 25/08/2005]

Dr. med. Heinz Valentin Hampejs
Médico Especialista em Neurologia e Psiquiatria
Médico em Medicina Geral
Investigador e especialista em Medicina Xamânica Ameríndia
Autor da monografía encarregada pelo Ministério de Saúde Pública do Equador:
“El Éxtasis Shamánico de la Conciencia – Principio Medular de la Medicina Shamánica”.
E-MAIL: valentin_shamanism@gmx.net